Cerca de 40 produtores de eucalipto formaram a primeira Cooperativa de
Reflorestamento e Bioenergia, a Cooperflora Brasil, que envolve
empresários agroflorestais dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul. O projeto idealizado pelo produtor agroflorestal Gilberto
Goellner busca fomentar o multiuso do eucalipto e promover novos
mercados para o produto. Com a recente aprovação do novo Código
Florestal o setor de florestas sustentáveis ganhará impulso com o
aumento na fiscalização e restrição da oferta de madeira sem base legal.
Com a projeção de crescimento do setor, a cooperativa dá um passo à
frente na organização dos produtores regionais em busca da
profissionalização dos processos de plantio, manejo e colheita da
cultura. A entidade sediada em Rondonópolis-MT (219 km de Cuiabá)
vislumbra a criação do grande pólo florestal do Sul de Mato Grosso, com
capacidade de atrair investidores de indústrias de processamento do
eucalipto.
Hoje, toda madeira de reflorestamento comercializada no Estado é usada
para geração de energia térmica em fornalhas industriais (biomassa), no
entanto, com o crescimento da atividade por meio da Cooperflora, será
capaz atrair investidores do setor moveleiro que é consumidor de
laminados; os fabricantes de MDF e MDP; bem como serrarias; siderúrgica;
e, proporcionar o uso do eucalipto in natura nas construções civis e
rurais para diversificar a destinação dessa matéria-prima.
“A Região Sul de Mato Grosso possui hoje aproximadamente 40 mil hectares
de plantio de eucalipto e queremos ampliar essa produção. Com a
organização dos produtores de pequeno, médio e grande porte poderemos
ampliar a oferta do produto e atrair as indústrias necessárias para o
consumo de nossas produções. O Estado tem uma área estimada de 500 mil
hectares que podem ser absorvidas por florestas plantadas”, acrescenta o
presidente da Cooperativa, o produtor e ex-senador, Gilberto Goellner.
A cooperativa tem ainda o papel de auxiliar o produtor a garantir maior
rentabilidade na atividade. O grande gargalo está na fase de colheita,
devido à falta de equipamentos apropriados para o processo de corte,
processamento da madeira e logística para entrega ao consumidor final.
Para isso, a entidade contará com serviços terceirizados de máquinas,
equipamentos e caminhões para transporte.
A mecanização da colheita garantirá melhor cumprimento às exigências
trabalhistas e, com isso, oferece a segurança necessária aos
empreendimentos. Goellner adianta que os associados receberão orientação
para o pleno êxito da atividade. “A Cooperflora terceirizará os
serviços de implantação de projetos para os associados que ainda
iniciarão na atividade, orientando para a adequação de clones ao uso
final da madeira”.
Os associados que já possuem floresta plantada também serão respaldados.
“Haverá necessidade de um inventário quantitativo e/ou qualitativo para
adequar melhor o momento da colheita ao mercado disponível”, explica o
presidente da Cooperflora.